A escolha de Lula
Jayme Copstein
Em sua visita a Israel, Lula não quis depositar uma coroa de flores no túmulo de Theodor Herzl, fundador do movimento sionista. Chegando aos “territórios palestinos”, colocou uma coroa de flores na tumba do terrorista-mor Yasser Arafat. |
Não há nada de novo na sua proposta de dois estados – Israel e Palestina – lado a lado, cada qual se comprometendo com a segurança do outro. É a partilha aprovada na memorável sessão da ONU, presidida por Oswaldo Aranha, em 1948. Os judeus proclamaram seu Estado, os países islâmicos discordaram da partilha e foram à guerra para impedi-la. Até hoje, com exceção de Egito e Jordânia, nenhum deles reconhece Israel e mantêm declaradamente sua intenção de “varrer do mapa a entidade sionista”. Sequer o nome do país eles se permitem dizer. Dentro deste quadro é improvável qualquer acordo, apenas fazendo conversar israelenses e palestinos. Por mais bem-vindos que sejam os “vírus da paz”, que o presidente Lula diz possuir no DNA, não é aderindo ao belicismo nuclear do Irã, inclusive lhe fornecendo urânio, que ele há de provar a sinceridade de sua oferta de mediação.
Abbas, o sucessor de Arafat, é quase sempre apresentado como moderado - mas sua tese de doutorado na Universidade de Moscou foi sobre a negação do Holocausto. |
Ao escrever um livro, o “Estado Judeu” e convocar um congresso em Basileia, Suíça, em 1897, Herzl conseguiu dar corpo ao movimento e traçar um programa de ação. Como Moisés, porém, não estava destinado a realizar o sonho. Fracassaram suas tentativas de entendimentos com o Império Otomano, a cuja soberania o Oriente Médio, então, estava submetido. Morreu em 1904. Só mais de quatro décadas e 6 milhões de mortos depois, tocado pela barbárie do Holocausto promovido pelos nazistas é que o mundo civilizado concordou com a sua tese. Sionismo é apenas isso, não a fantasia sadomasoquista de terrorismo que a esquerda demente, no permanente exercício de seu ódio visceral, tem se esforçado por incutir nas pessoas desavisadas. Herzl jamais explodiu ou ordenou que alguém explodisse uma bomba para matar pessoas inocentes e indefesas. Lula não quis visitar seu túmulo, mas depositou flores no túmulo de Yasser Arafat e, daqui a alguns meses, vai apertar de novo a mão de Mohamed Ahmadinejad. É a escolha de Lula. (Jayme Copstein, www.jaymecopstein.com.br- http://www.beth-shalom.com.br)
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