domingo, 13 de setembro de 2009

MINHA COMUNICAÇÃO OBJETIVA

(Uma homenagem – quase um plágio - ao estilo de Millôr Fernandes)
CRÔNICA DE:  Sérgio Aparecido Dias
(...e de quem mais poderia ser?)
            Qualquer dia desses eu expludo!  Não consigo fazer-me entender!  Estarei falando grego ou coisa parecida?  Noutro dia, por exemplo, à mesa, enquanto cortava a língua com a faca ( refiro-me à língua de vaca, ensopada ), meu filho fez-me uma pergunta embaraçosa.  Matei-o com um sopapo certeiro ( falo do mosquito que pousou no meu garfo ).  Era sobre educação sexual.  Fiquei meio sem jeito, procurando a melhor maneira de responder.  Nesse momento, minha mulher vinha trazendo a sopa e eu acertei-lhe um chute no traseiro ( refiro-me ao gato que estava debaixo da mesa ).   Como duas cabeças pensam melhor que uma, resolvemos ensiná-lo como se deve fazer a coisa direito ( falo da maneira correta de se utilizar o guardanapo ).   Tentei explicar, enquanto o atirava ao cesto de lixo ( refiro-me ao guardanapo usado ) :
-          “ Não existem cegonhas, filho!  Lembra-se da cadela da sua avó? 
                     ( eu  me referia à cadela de estimação )
                        pois bem, todos nascemos assim!”
                        - “ Daquela cadela papai? ”
                        - “ Não, não, meu filho; das outras! ” ( eu me referia às outras mães ).
            A essas alturas eu estava suando frio e, minha esposa, nervosamente, mordia a perna ( estou me referindo à perna do frango ).  
                        - “ Quer dizer que eu saí da mamãe? ”
-          ” Sim meu filho; e foi maravilhoso, apesar do mau cheiro”
-          (eu me referia ao banheiro da enfermaria). “Nunca me esqueço, filho:
-          o movimento do hospital, bebês prá lá e prá cá, aquela correria toda, você sor-
rindo e aqueles dentes de ouro que cintilavam à luz ( eu falava dos  dentes do médico )!  São coisas, meu filho, que eu nunca esquecerei,! ”
            Minha mulher me olhava com os olhos arregalados e eu salpiquei-lhes pimenta do reino
( falo das rodelas de tomate da salada ).
-          “ Ora querida - resmunguei - , um dia ele terá de saber dessas coisas
-          e nem todos explicam de maneira clara! ”
                E continuo pensando a mesma coisa: falta, hoje em dia, a clareza de expressão, as pessoas encontram uma certa dificuldade em articular claramente os seus pensamentos e as suas idéias!  Daí as grandes confusões e os inevitáveis conflitos.  Ao guarda que me parou outro dia na estrada, por exemplo, eu fui bastante claro e disse:
- “ Estou indo socorrer a minha mãe, seu guarda!  Tenho de tirar
o balde que enganchou em suas patas, pois ela não pára de dar coices 
( eu me referia à vaca da fazenda )!
            O guarda olhou para mim, retirou o lápis e o caderno de multas e comeu, mastigando tranqüilamente ( estou falando da maçã que ele trazia consigo ).  Fiquei irritado ao vê-lo urinar no pneu do meu carro ( refiro-me ao cachorro que passava por  alí ) e gritei:
                        - “ Sai daí, seu cachorro sarnento!!! ”
                        - “ Isso é comigo? ” - rugiu o guarda.
                        - “ Não, não, claro seu guarda! É com o outro alí ” - e apontei o cão.
            Tudo terminaria bem, se o guarda tivesse me compreendido.  Mas ele resolveu trazer-me à delegacia.  É de onde escrevo agora, com o caderno sobre os joelhos, mascando as folhas ( refiro-me às folhas da laranjeira, próxima à minha cela ).  Nunca entenderei as outras pessoas!  Que disse eu de errado?  Que foi que eu fiz?  Até agora fico sem saber se foi a Sociedade Protetora dos Animais que me denunciou, ou se foi o Sindicato dos Distribuidores de Leite.  Talvez tenha sido o Sindicato.  Mas Deus é minha testemunha de que eu tentei chegar a tempo.
                                                     
        F I M (Sim, porque já acabou!!!)

sábado, 12 de setembro de 2009

FOGO SELVAGEM

 Naquela noite, os gritos de lamento e os cânticos fúnebres encheram a floresta, assustando o tapir na vereda e inquietando o tinga no chavascal.
 Sérgio Aparecido Dias

Corria o ano de 1972.  Os moradores das margens do rio Purús e do rio Tapauá ,  especialmente os do povoado “Boca do Tapauá”, de há muito haviam se familiarizado com a presença dos Apurinãs.  Portanto  não foi motivo de apreensões que, naquele dia, 12 de junho de 1972, houvesse intenso movimento de selvagens no povoado. Boca do Tapauá estava em franco progresso. A castanha, a sorva e a borracha atraiam sulistas, nordestinos e amazonenses de outros municípios, na ilusória esperança de um enriquecimento rápido.  As atividades comerciais cresciam, em virtude da grande produção de castanha e de borracha.   A cada dia surgiam mais notícias sobre a descoberta de novos seringais e castanhais, além de sorveiras, cujo leite é utilizado para obter um látex quase tão bom quanto o das seringueiras, matéria-prima para a industrialização da borracha.  A vizinhança com a aldeia dos Apurinãs não era motivo de alarme.   O seu líder, um índio jovem, forte e musculoso chamado Meruoka, procurava integrar-se aos civilizados.   Desde que havia saído do alto Purús para formar sua própria aldeia, vindo morar próximo de Boca do Tapauá, Meruoka sempre tinha guiado seus guerreiros no caminho da paz.   Na verdade, os moradores da região deviam aos índios o seu progresso, pois eles os ajudavam na localização dos seringais e castanhais.  Mas...com a febre da riqueza, veio juntamente a febre da volúpia.   Depois de meses de atividades nas selvas, no retorno ao povoado, a promiscuidade campeava e imperava, arrastando civilizados e silvícolas nas ondas procelosas do prazer carnal.  Porém, o organismo dos colonizadores, infectados de vírus e bactérias, era um verdadeiro agente contaminador e disseminador de doenças várias, para as quais os indígenas não possuíam anticorpos. 

E a morte visitou a casa de Meruoka.   Meruoka, de cujo olhar ameaçador as onças fugiam, que fazia voar a sua igara sobre os banzeiros do grande rio Purús e porfiava com a pirarara e com o pacamom, nada pode fazer para evitar a morte de seus queridos.  Naquela noite, os gritos de lamento e os cânticos fúnebres encheram a floresta, assustando o tapir na vereda e inquietando o tinga no chavascal.   Os raios de sol da manhã de 14 de junho de 1972 coavam por entre as ramadas da aquariquara e faziam reluzir a pele recentemente pintada de Meruoka, que, acocorado à beira do igapó, conversava com o velho pajé enquanto trabalhava um arco.   O Grande Espírito tinha visitado o velho Dinamã durante a noite, numa visão, e havia lhe mostrado a raiz do mal  Não havia dúvidas: o feitiço dos filhos do mau espírito eram os causadores das mortes que trouxeram tristezas para a aldeia.   A sorte dos ribeirinhos estava lançada!

Eram 3 horas da tarde, 16 de junho de 1972.   Antônia do Perpétuo Socorro dirigia-se ao rio com a trouxa de roupas sujas.   Cantarolava inocentemente, sem perceber os vultos pintados que se insinuavam entre as folhagens.  Era uma bela tarde: os magoarís e as garças voavam altaneiros; os galos da serra evocavam ternas recordações; o mutum gemia, como que se lamentando de alguma desgraça.  Antônia levantou os olhos a uma revoada de mergulhões e, então, a flecha disparou como um raio do arco retesado de Meruoka, e partiu em sua direção.  Com um grito lancinante, Antônia tombou sobre as roupas que lavava, com o peito trespassado pela seta assassina.   A horda selvagem penetrou aos gritos no terreiro da casa de Raimundo Nonato, não dando a mínima chance de defesa a ele, aos seus 5 filhos, às suas filhas e ao seu empregado.   Flechas e chumbo cruzavam o ar e estrugiam na mata, enquanto a família de Raimundo ia se extinguindo vida por vida.   A única saída da casa até ao barco amarrado à margem do rio foi interceptada pelos índios, que, dominados pelo ódio e incitados pela caiçuma, forçavam a frágil porta de itaúba, única barreira entre eles e os poucos sobreviventes. 

Mas Fernando, o empregado de Raimundo Nonato, não estava resignado a morrer daquela maneira.  Havia uma chance em mil de escapar dalí com vida e ele ia tentar!   Mal a porta cedeu sob a pressão de dezenas de corpos pintados de genipapo e urucum, irrompeu entre os selvagens, abrindo uma brecha mortal com seu rifle papo amarelo calibre 44.  Correndo em direção ao rio, sob uma verdadeira chuva de flechas, lançou-se às águas, alcançou o barco, desamarrou-o, colocou o motor em funcionamento e largou em direção ao povoado.  Lá também, as balas assobiavam entre as sorveiras e as flechas zuniam sobre as cabanas.  Os índios porém, inferiores em armas, retiraram o cerco e então formou-se uma expedição que partiu em socorro à família do infeliz Raimundo.  De longe, avistaram a cabana em chamas.  A cabeça de Raimundo Nonato jazia a um canto do terreiro, os olhos ainda estampando o horror e a angústia.  O resto de seu corpo e dos corpos de seus filhos, torturados e mortos; e de suas filhas, violentadas e assassinadas, eram disputados pelos urubús.   O Grande Espírito tinha vingado o seu povo.
            
         Uma guarnição do 1º Batalhão de Infantaria de Selva saiu do interior do C 47 da Força Aérea Brasileira e encheu as duas lanchas que os esperavam.   Liderados pelo tenente-aviador Fábio Costa, os soldados marcharam selva adentro em direção à aldeia dos Apurinãs.   Houve pouca resistência por parte dos índios.   Após uma breve batalha de um cerrado tiroteio, os guerreiros sobreviventes foram dispersos e Meruoka preso.   Levado a Manaus, foi forçado a prestar um juramento de paz e a abandonar a região do rio Tapauá com todo o seu povo.  E assim, o problema foi resolvido e a paz voltou a reinar.   Mas os corpos insepultos de Raimundo Nonato e de dezenas de índios, clamam por justiça!  O hediondo massacre é mais que uma simples lição do comportamento dos indígenas; é um protesto contra a arremetida gananciosa da mal-rotulada “civilização” que, acobertada pela chamada “integração”, leva todo tipo de vícios e degradações ao único povo que, nesta terra, pode ser verdadeiramente chamado de brasileiro.

   Escrita em Cianorte - PR, 23/04/1975   

    POST-SCRIPTUM

Trabalhei como missionário cerca de 1 ano no município de Tapauá, cidade às margens do rio Ipixuna, (onde o rio Ipixuna deságua no grande rio Purús) e conhecí pessoalmente o chefe Meruoka, numa aldeia dos Apurinãs próxima da cidade.  Ele havia saído de “Boca do Tapauá ”, um pequeno povoado às margens do rio Tapauá (distante da foz do Ipixuna vários dias de viagem) em 1973, cerca de 1 ano após o massacre.  O material para a composição do relato acima eu o colhí com os moradores da região, inclusive com alguns que participaram dos acontecimentos.   Alguns nomes e datas foram alterados na obra original ( principalmente do comandante do destacamento militar )  porque eu morava na localidade e, mesmo havendo concluído o trabalho no Paraná, resolví deixar como estava.  Segundo me foi relatado, os “civilizados” também cometeram atrocidades na hora da vingança, acobertados pelos militares, mas isto não teria chegado aos ouvidos das autoridades em Manaus.  Tentei obter mais detalhes com o próprio Meruoka, mas o olhar frio e duro que ele me lançou, segurando em suas mãos o seu arco de guerra, quando estávamos frente à frente em sua aldeia, convenceu-me de que era melhor não insistir.
Sérgio Aparecido Dias

 

Glossário

ü  Aquariquara – Árvore comum nas terras firmes, muito resistente e utilizada como esteios, mourões e postes. É comum durarem mais de vinte anos, depois de beneficiadas e transformadas em colunas, vigas e suportes.
ü  Banzeiro – Movimento nas águas causado pelo vento; ondas, marolas
ü  Caiçuma – Espécie de cachaça indígena, produto da fermentação da mandioca, do milho e outros cereais
ü  Chavascal – Área  pantanosa, composta de partes alternadamente secas e alagadas
ü  Genipapo – Fruta muito comum na Amazônia, rica em ferro, usada em sucos e na medicina; os índios fabricam tinta para pintar os seus corpos em rituais e na guerra
ü  Igapó – Área de floresta alagada, geralmente por 4 meses ou mais, anualmente
ü  Igara – Canoa indígena, feita de casca de árvore
ü  Itaúba – Árvore de madeira resistente, especialmente à água, muito usada em pontes e na fabricação de canoas, botes , barcos e pequenos navios
ü  Pacamom – O Jaú da Amazônia, enorme peixe de couro, grande gigante das águas, devorador não só de peixes, mas também da espécie humana, chegando a atingir cerca de 3 metros e mais de 200 quilos
ü  Pirarara – Grande peixe de couro, temido por sua voracidade, atingindo mais de 2 metros de comprimento, tão perigoso quanto a piraíba, outro gigante das águas. Esses 3 predadores são os mais temidos e respeitados da Amazônia e são também saborosíssimos. Os lagos e rios da Amazônia são cheios deles.
ü  Sorveira – Árvore que produz uma resina, a sorva, tendo o mesmo uso prático do leite da seringueira, na produção de borracha e impermeabilizantes
ü  Tapir – Anta (o maior mamífero da Amazônia, chega a pesar mais de 300 Quilos)
ü  Tinga – A espécie mais comum de jacarés da região amazônica, cerca de 2 metros
ü  Urucum – O mesmo que colorau. É usado como tempero em todo Brasil (depois da semente seca e moída), mas os índios utilizam as sementes ao natural, e as esmagam  para fabricar tinta, em conjunto com outras substâncias 
ü  Vereda – Caminho feito na selva, traçado pelos animais em suas rotas, na busca de comida e água. Os caçadores colocam armadilhas e armam tocaias ao longo dessas veredas.  Os pequenos caminhos entre as chamadas “estradas de seringa”, feitas pelos seringueiros, bem como os atalhos e estradas que unem os seringais através da floresta, também são chamados de veredas 
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A TERRA INDÍGENA RAPOSA / SERRA DO SOL

A terra indígena Raposa/Serra do Sol, demarcada com área de 1.678.800 hectares, constitui, conforme reza a Constituição, o reconhecimento do Estado brasileiro aos direitos territoriais históricos dos povos indígenas que ali habitam, bem como seu direito ao futuro, visto serem as terras necessárias à sua reprodução física e social.
A  definição atual da Raposa/Serra do Sol é resultado de sucessivos grupos de trabalho criados pela Funai a partir de meados dos anos 70, mais precisamente em 1977, 1979, 1984 e 1988. Desde a invasão das terras brasileiras os povos indígenas vêm sofrendo constantes ameaças de exterminação.  Somam 2(dois) anos que a definição da terra indígena Raposa Serra do Sol, homologada em 15 de abril de 2005, não está resolvida e varias ações violentas estão acontecendo contra os indígenas da região.
Durante o reconhecimento da Terra indígena 21(vinte e um) indígena já foram mortos defendendo os direitos de viver no seu espaço e os assassinos ainda não foram punidos. Três comunidades indígenas já foram destruídas (Jawari, Homologação, Brilho do Sol) e os lideres desses atos violentos ainda continuam na área aterrorizando com ameaças a vida dos indígenas. Um dos atos marcante foi a destruição do Centro Indígena de formação (antiga Missão São José) e recentemente a comunidade Parawani na mesma terra indígena Raposa Serra do Sol.

Os indígenas nunca enfrentaram os atos violentos com violência, tudo foi sendo assistido com muita paciência denunciado sempre para Policia Federal, Ministério Publico federal, ao presidente da Republica e às outras autoridades federais, pois contar com apoio de autoridade de Roraima não significa ser atendido com justiça.

Atualmente 60 (sessenta) jovens indígenas dos povos Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Wai-wai e Yekuana que vivem no Centro Indígena de Formação Cultura Raposa Serra do Sol (Centro Reconhecido pela educação brasileira pelo parecer CCE/RR 20/06) sofrem constantemente ameaças física e psicológica de assassinos gratificados pelos arrozeiros, que tem plantio ilegal na Raposa Serra do Sol.

Um ato inconstitucional presenciado pelos indígenas é a participação de políticos de Roraima (um deputado Federal e outros) usa a mídia para incentivar a população local a desrespeita os direitos indígenas e apoiar a ocupação ilegal das terras indígenas. Alem de uma radiofusora instalado no país da Venezuela onde são divulgadas as informações racistas e preconceituosas contra a vida dos povos indígenas.

 Enquanto os jovens indígenas de povos distintos se reúnem para aprender alternativas para melhoria de suas comunidades, os antindigenas procuram de forma violenta destruir essa União. De dia os jovens estudam, trabalham, tem lazer, fazem seus deveres pessoais e se reúnem para organizar e planejar atividades que possam contribuir o etnodesenvolvimento das comunidades indígenas. Mas, fazem dois anos que os jovens a noite ficam a mercê de ameaças. 

Aos jovens indígenas, que futuramente se tornarão grandes lideranças, a formação esta sendo realizada conforme a realidade de suas comunidades. Em nenhum momento os jovens e lideranças indígenas foram guerreiros assassinos e sim guerreiros de trabalho, organização, defesa da vida, solidariedade e lideranças preparadas para defender os direitos.

Conforme o Conselho Indígena de Roraima (Fonte: Internet)

DECLARAÇÕES DE ÍNDIOS FAMOSOS

Chefe Curly, um índio Pawnee, relata um dos primeiros contatos entre seu povo e os europeus, entre 1800 e 1820.
“Ouvi dizer que houve um tempo, há muito tempo, em que só havia índios nesta terra. Depois se ouviu falar de homens que tinham a pele branca; haviam sido avistados a leste. Antes de eu nascer, vieram à nossa terra e nos visitaram. O homem que veio era do governo. Queria fazer um tratado conosco e nos trouxe presentes, cobertores, espingardas, pederneiras, ferro e facas.  Nosso chefe disse a ele que não precisávamos de nenhuma daquelas coisas. "Temos o búfalo e o milho, que o Soberano nos deu, e é tudo o que precisamos. Veja esta roupa: ela me aquece no inverno. Não preciso de cobertor", ele falou.  O homem branco trazia consigo algumas reses e o chefe Pawnee disse: “Solte um novilho aqui no campo!” Quando a rês foi solta, o chefe disparou uma flecha que a atingiu no quarto dianteiro, matando­a. "Viu como a flecha mata?" disse o chefe. "Não preciso de suas es­pingardas. " Em seguida pegou uma faca de pedra e esfolou o animal, cortando um naco de carne gorda. Ao fazer isso, disse: "Por que usar suas facas? O Soberano deu-me com que cortar" .  Tomando enfim as madeiras de acender fogo, fez uma fogueira para assar a carne e, enquanto ela cozinhava, falou: "Você está vendo, meu irmão, que o Soberano nos deu tudo o que precisamos para obter a carne ou cultivar a terra. Agora volte ao lugar de onde veio. Não queremos seus presentes e também não o queremos aqui.”
O chefe de um dos principais grupos de índios Pés-Pretos rejeita os valores monetários do homem branco, respondendo aos delegados norte­americanos que lhe pedem para assinar um dos primeiros contratos de venda de terra na região de Milk River, perto da fronteira norte-noroeste de Montana.
“Nossa terra vale mais do que seu dinheiro. Ela irá durar para sempre. Nem mesmo as chamas do fogo poderão destruí-la. Enquanto o sol brilhar e as águas correrem, ela continuará aqui dando vida aos homens e aos animais. Não podemos vender as vidas dos homens e dos animais; portanto, não podemos vender essa terra. Foi o Grande Espírito que a destinou para nós e não podemos vendê-la porque não nos pertence. Vocês podem contar seu dinheiro - e guardá-lo no chifre de um búfalo, mas só o grande Espírito pode contar os grãos de areia e as folhas de grama desta planície. Nós daremos de presente o que quiserem. Mas a terra, jamais.
A orgulhosa tribo dos Nez Percé (Nariz Furado) era chefiada por um homem notável chamado Hin-mah-too yah-lat-kekht, ou Trovão-­das-Alturas-Sublimes-da-Montanha, ou apenas Chefe Joseph, referido anteriormente numa passagem em que descreve a morte do pai. Seu amor pela terra natal era inesgotável, e Chefe Joseph perseverava no esforço de permanecer nos vales e montanhas em que havia nascido. Neste trecho ele deixa claro (como costumava fazer) seus sentimentos com relação à propriedade da terra.
A terra foi criada com o auxílio do sol e deveria ser deixada como está... O campo foi feito sem linhas de demarcação e não compete ao homem demarcá-lo... Vejo os brancos por toda a parte buscando riquezas, e vejo que querem nos dar terras sem valor... A terra e eu somos uma coisa só. A medida da terra e a medida de nossos corpos é á mesma. Digam­nos, se puderem, que o Poder Criador os enviou para falar conosco. Vocês talvez pensem que foram enviados para fazer de nós o que bem entenderem.
Se eu achasse que foi o Criador quem os mandou, consentiria que vocês têm direitos sobre mim. Não interpretem mal meu sentimento de amor à terra. Eu nunca disse que a terra era minha para fazer com ela o que eu quisesse. O único com direito a dispor da terra e aquele que a criou. O que exijo é o direito de viver em minha terra e lhes concedo o privilégio de viverem na de vocês.
Adario, chefe Huron no século XVII, era também conhecido por Kondiaronk (seu nome índio) e O Rato (como lhe chamavam os franceses) . Possui a grande reputação de bravura e sagacidade, e teve participação destacada na Guerra do Frontenac (1689 - 1697) - uma série de conflitos entre franceses e ingleses, e entre os franceses com seus aliados índios e os Iroqueses. Sua habilidade diplomática e em confederar as tribos fez dele um aclamado pacificador. Morreu em Montreal durante uma importante conferência de paz em 1701. Adario viajou muito:
“Estive na França, em Nova Iorque e em Quebec, disse ele, estudando os costumes e as doutrinas dos ingleses e franceses”.
O seguinte discurso foi feito por Adario diante do barão de Lahontan, um explora­dor francês, e do governador da colônia francesa de Placentia, na Terra Nova, Canadá. Lahontan havia acabado de dizer a Adario que, sem punir os maus e premiar os bons, o crime se espalharia por toda aparte e o homem branco em breve se tornaria o povo mais miserável da terra. Adario responde, dizendo como vê as leis do homem branco. “Não, vocês já são bastante miseráveis, não vejo como possam se tornar ainda mais. Que espécie de homens são os europeus? Que espécie de valores cultivam? Os europeus, forçados a fazer o Bem e não podendo evitar o Mal a não ser pelo medo da Punição... Se lhe perguntasse o que é um homem, você me responderia: “É um francês”. No entanto posso provar que seu Homem é muito mais um Castor.
Porque o homem não merece este nome por saber andar sobre duas pernas, ou por saber ler e escrever, ou por exibir mil outros sinais de sua inteligência. 
Quem lhes deu as terras que agora habitam? Com que direito as possuem? Elas sempre foram dos Algonkin. Na verdade, meu irmão, sinto pena de você do fundo de minha alma. Ouça o meu conselho e torne-se um Huron. Pois vejo uma enorme diferença entre sua condição e a minha. Eu sou senhor do meu próprio corpo, disponho absolutamente de mim mesmo, faço o que eu quero, sou o conjunto da minha nação, não temo nenhum homem e só dependo do Grande Espírito. Enquanto que o seu corpo, como a sua alma, estão condenados à dependência dos seus superiores, às ordens do vice-rei. Você não tem a liberdade de fazer o que pensa, tem medo de ladrões, assassinos, falsas testemunhas, etc., e depende de uma. infinidade de pessoas que estão acima de você. É verdade ou não é?

A LÓGICA DO ABSURDO

CRÔNICA DE:  Sérgio Aparecido Dias
(...e de quem mais poderia ser?)
            Às vezes me pergunto se os “ representantes do povo “ não andam ociosos demais ou se não dispõem de criatividade na elaboração de seus projetos.  A razão desse questionamento foi a informação dada no jornal A Crítica (jornal de Manaus-AM), de 03/08/1997 - Pag. C2 -  sob o título “Projetos Absurdos do Congresso “ - Rosa Costa - Agência Estado.  A articulista afirma que, há alguns anos, a Câmara dos Deputados examinou um projeto regulamentando sobre a quantidade de azeitonas que os pastéis deveriam conter!?!
            Fiquei estarrecido!  Mas, apesar do absurdo, eu acrescentaria ao tal projeto uma emenda, estabelecendo uma diferença de preços aos pastéis com e sem caroços;  ou então uma rigorosa fiscalização nas pastelarias, para que as diferenças constassem de maneira bem clara nos cardápios.  Aliás, ampliando a abrangência da lei, as lanchonetes em geral deveriam ser vistoriadas, no que concerne a caroços, sementes e similares. Eu explico a razão para essa emenda: é que, um dia desses, numa pastelaria qualquer ( ou na rua, num carrinho de lanches, não me lembro mais ), andei engolindo uns 8 ou 10 caroços de azeitona.  Já imaginaram se, ao invés de pastéis, eu estivesse comendo uma sobremesa de abacates?!?  É quando o absurdo torna-se razoável.  Aliás, é bem provável que o referido autor do projeto tenha se entalado com alguns caroços.  Se assim foi, reconheço que ele tem lá suas razões.  Afinal, seria muito constrangedor que os jornais do Brasil inteiro estampassem, nas primeiras páginas, manchetes escandalosas como:
1 - “ DEPUTADO SE ENTOPE COM CAROÇOS DE AZEITONA!”
2 - “ CHÁ-DE-BICO NO DEPUTADO ENTUPIDO! “
3 - “ DEPUTADO EMPANZINADO ENTRA FUNDO NA LAVAGEM!”
            Convenhamos que um vexame desses levaria o Brasil inteiro ao ridículo internacional e provocaria até ( quem sabe?!? ) um grande abalo nas bolsas de valores! Eu não desejo que isso aconteça e certamente nenhum dos leitores também.  Sendo assim ( e para o bem da nação ), rendamos um tributo à lógica do absurdo!  Aliás, na verdade já convivemos pacìficamente com ela há muito tempo.  O que!?!  Você não concorda?  Pois então acompanhe o meu raciocínio:  Lembra-se dos “anões do orçamento?”  Pois é!!!  Anões coisa nenhuma, eram enormes e gigantescos ladrões de colarinho branco ( sei lá...nunca vi a cor )!  Ora, o chefe deles declarou que o dinheiro roubado “foi Deus que deu!”  Que eu saiba, Deus não autoriza o roubo!  Mas, talvez para evitar uma outra crise internacional, resolveu-se aceitar mais um absurdo lógico.  Aliás, bastante lógico porque, “se Deus deu,” está dado e pronto!  Lembra-se de quando Delfim Neto era o super-ministro das finanças?  Contestado sobre os números reais da inflação ( já que ele não estava levando em conta a inflação dos meses anteriores ), disparou essa pérola do absurdo:  
“ a inflação passada pode ser considerada uma inflação morta.  Não se pode fazer mais nada em relação a ela, temos que trabalhar com a inflação daqui para a frente!”
Todo mundo riu aquele riso bem amarelo ( sorriso tem cor?!? ) e tudo ficou por isso mesmo. Afinal, quem se meteria a contestar alguém que tinha intimidade até com o presidente dos Estados Unidos?  Além do mais, tem uma certa lógica nesse absurdo, porque, se algo está morto, não faz nada!  E assim vamos nós, de absurdo em absurdo, procurando mascará-los com alguma lógica ilógica, em troca de nem sei bem o quê.  Talvez dinheiro, talvez prestígio ( ou alguma posição numa secretaria qualquer ).  Seja como for, eu nunca vi a cor de nada e também nunca recebí nada.  É bem provável que o que deveria vir para o meu bolso esteja indo para o seu, e eu não esteja sabendo!  E não é só dinheiro não!  Acompanhe meu raciocínio novamente:
            Lembra-se daquela estatística que diz que  no mundo há cerca de 10 ( é! Dez! ) mulheres para cada homem?  Nunca ví as minhas outras nove! Nem sei se são feias ou bonitas, gordas ou magras, altas ou baixas, louras ou morenas!  É possível que alguém   (ou mais de um alguém) esteja se divertindo com elas em algum iate, lá para as bandas de Angra dos Reis ou nas praias do Caribe  ( quem sabe se não é você? ).  Mas eu me conformo com isso, pois também há uma lógica nesse absurdo:  eu não tenho dinheiro para sustentar mais nove mulheres ( a que eu tenho já passa bem mal ....) e muito menos tenho condições de freqüentar Angra dos Reis ou de passar as férias no Caribe.  Nem emprego eu tenho!!!  Férias então, bulhufas!  Mas até que teria sido legal poder fazer uma lista semanal de mulheres!  Ou então enfileirar todas na praia e me divertir com a cara dos panacas, babando verde!  E haja catuaba!!!  Bem, deixa prá lá!
            E daquela estatística dos bois, você  se lembra?  É o seguinte: dividindo o número de bois ( e vacas, certamente! ) pelo número de pessoas, chegaram à brilhante conclusão que há pelo menos 1 ( é, um inteirinho! ) boi para cada brasileiro!  Ora bolas, como se não se matasse centenas deles todos os dias!  Sem contar com tantas pessoas que vão pro beleléu a cada hora!  E depois, de mais a mais ( em estando certa essa estatística), o que é que estão fazendo com o meu boi?  Sim, porque comigo ele não está!   Mas aí vem outro absurdo lógico: a matemática é uma ciência exata e se ela diz que eu tenho um boi, então eu tenho um boi e está encerrada a questão.  E por falar em “encerrar,” é bom encerrarmos esse papo, porque a lógica do meu estômago me diz que estou com fome e tenho que comer.  É até bem provável que não tenha nada na panela, mas isso é apenas um detalhe.  Tenha ou não tenha, a lógica do instinto diz que eu devo comer.  Talvez, qualquer dia desses, a gente se encontre novamente e retome o papo. Isso, se houver alguma lógica, claro!
F I M

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A AGONIA DA FLORESTA AMAZÔNICA

- Um grito pela liberdade, neste 7 de Setembro -

Sérgio Aparecido Dias

A estrada rasga a floresta e abre um imenso e interminável sulco negro por entre o verde das matas outrora virgens. O ronco apavorante dos tratores troveja na imensidão da selva amazônica, assustando os animais selvagens e espantando os pássaros e as aves, que demandam o azul do céu, em ruidosos bandos, em intensas revoadas. Por sobre as copas das árvores, nas mais altas galhadas, os guaribas olham assustados os estranhos monstros, avançando em sua ânsia destruidora. Esses grandes macacos das terras firmes, os bugios da Amazônia, lançam o seu protesto em forma de tonitruantes rugidos, que se sobrepõem ao som dos imensos bichos de aço. E as árvores centenárias vão tombando, uma após outra, gemendo em seus últimos estalidos, lançando seus galhos como que num último pedido de socorro, tentando se agarrar às suas companheiras que ainda estão de pé. Mas estas também são violentamente levantadas de suas raízes, choram as últimas lágrimas de sua seiva e tombam inertes, com estrepitoso estrondo, no solo que as vira germinar e florescer. Imensos caminhões vão e vêm pelo trecho recém aberto, transportando terra e materiais utilizados pelos trabalhadores dos canteiros das obras. Grupos de operadores de motoserras e auxiliares de derrubadas, executam os serviços de corte dos galhos e das toras das árvores caídas, que serão depois selecionadas para o consumo. As que forem madeira de lei serão negociadas com as madeireiras e serrarias, ao passo que as demais servirão para estacas, barrotes, mourões e postes. O que sobrar, alimentará as fornalhas das padarias das cidades ou será transformado em carvão. O restante, o que não for utilizado, apodrecerá e será reabsorvido pelo solo, em 5, 10 ou 20 anos em média. Nas laterais do asfalto, que ocupará o lugar onde antes elas existiram, outras sementes germinarão e outras árvores crescerão, alimentadas com o húmus destas que agora agonizam e morrem. No ciclo regenerador da Natureza, de certo modo elas renascerão novamente, mas muitos de seus destruidores não mais pertencerão a este mundo. E quando as aves retornarem e fizerem os seus ninhos nos galhos renovados, os tratores e caminhões já serão sucata mecânica, corroídos pela ferrugem e abandonados na beira da estrada, encobertos pelos arbustos e pelas moitas de capim.

E a selva agoniza. Uma mistura de cheiros invade o ar nesse cenário de destruição, entrando pelas narinas e sobrepondo-se ao forte odor de óleo diesel e fumaça. Resinas aromáticas do pau-rosa, agradavelmente perfumadas, juntam-se aos frutos esmagados da andiroba, do marí-marí e do taperebá, produzindo um penetrante odor acre, que se mistura ao cheiro da terra úmida revolvida e das raízes destroçadas. É o cheiro da morte. É uma parte da floresta morrendo, violentada pelos seres ditos superiores, que lhes roubam o sagrado direito de produzirem frutos comestíveis, sombra benfazeja e restauradora, além do remédio de suas folhas, cascas e raízes, que poderiam curar os males da humanidade. Todo esse tesouro doado por Deus, será agora transformado em tábuas, carvão e adubo. Um mal necessário, segundo os comentaristas, para conquistar a Amazônia e ocupá-la estrategicamente, protegendo as fronteiras e levando o progresso às vilas e cidades às margens dos rios. Só o tempo dirá se terá valido a pena tanto estrago e tanta agressão ao meio ambiente e à Natureza. De vez em quando os tratores e as pás mecânicas encontram uma barreira que os obriga a parar, chiando os pneus, trepidando suas carcaças e resfolegando fumaça preta pelos narizes dos escapamentos. É um rio, das centenas de milhares que serpenteiam pelas florestas da Amazônia. Uns grandes, outros enormes e vários gigantescos. Desde igarapés e riozinhos até aos caudalosos gigantes líquidos, tributários do Amazonas, o rio-mar, um infindável emaranhado de águas, ziguezagueando por entre a selva, como artérias vivas, o sistema circulatório da vida selvagem. Mas a selva tem os seus métodos de revide e proteção. A Natureza dispõe de meios de defesa, contra os quais nem sempre os seres humanos conseguem êxito. Alguém já ouviu falar da Transamazônica? Existem, por acaso, modernos ônibus trafegando por suas estradas asfaltadas? Quantas cidades surgiram em suas margens? De quais fazendas prósperas estão sendo colhidos os alimentos que matariam a fome da humanidade, de acordo com a propaganda da época? A maior parte da Transamazônica é agora vereda das antas e dos grandes animais da floresta. O que restou dos acampamentos virou comida de cupins, esconderijo dos grandes morcegos e morada de cobras, tarântulas e aranhas caranguejeiras. E o forte sol do verão amazônico reflete seus raios no que sobrou das carcaças dos tratores e das caçambas, desmanteladas e desfeitas pela ferrugem, cobertas pelas ramagens de buxa, maracujá do mato e melão de São Caetano. Dezenas de cruzes, toscas e rústicas, assinalam os locais dos que sucumbiram na batalha e estão espalhadas no interior da floresta, nas beiras dos rios e ao longo do que seria a estrada. Foram vencidos pela malária, pelas pestilências tropicais, pelas areias movediças, pelos desastres na estrada. Ou se acabaram nos dentes dos jacarés, das piranhas e das onças. Sem falar dos que receberam a injeção mortal dos dentes venenosíssimos da surucucu-pico-de-jaca. E a Transamazônica transformou-se numa grande capoeira, a maior de todas. E numa grande piada internacional, sem a menor graça! Agora, nos estertores do século 20 e no adentrar do século 21, as derrubadas se intensificam e as queimadas acompanham esse alucinante ritmo de destruição. Fazendeiros, grileiros e posseiros, acobertados por políticos gananciosos, levantando falsas bandeiras socialistas e de pseudas reformas agrárias, agridem e violentam impunemente o meio ambiente. Sentem-se fortes, amparados em leis absurdas, moralmente anuladas por seu conteúdo arbitrário e destruidor. Legais na frieza constitucional, porém, ilegais em seu ardente propósito depredador Somos testemunhas, cujas vozes são abafadas pelos discursos inflamados dos que se acham donos da Amazônia, que sonham reparti-la com abutres esfaimados de nações destruidoras, cujas florestas não mais existem, cujos recursos naturais já se exauriram. Esses piratas da nossa bio-diversidade se acham no direito de ratear a Amazônia como pagamento da dívida externa. Será que já não bastam os incentivos fiscais, correspondentes a milhões de dólares, que há décadas eles sugam da Zona Franca ? Milhares de trabalhadores são despejados todos os anos nas ruas de Manaus, perambulando pelos escritórios de recursos humanos e engrossando as intermináveis filas do F.G.T.S. da Caixa Econômica e do seguro desemprego. Tudo para evitar que as empresas subsidiadas diminuam o seu exorbitante lucro. E se isto não basta, então a selva deve ser destruída, para dar espaço às grandes fazendas. Tudo de modo desordenado, sem respeitar o meio ambiente e o ecossistema. Daqui a 100 anos, a julgar pelo avanço da destruição, amparada e embasada por uma lei estúpida e imbecil, que permite a derrubada de 50% da área (e já prevendo uma futura permissão de 80%), provavelmente o rio Amazonas e o rio Negro serão esgoto a céu aberto, como já sucedeu com literalmente todos os igarapés de Manaus. Os esgotos das fábricas serão despejados livremente no rio Negro, que compartilhará do triste destino do grande rio Tietê de águas mortas, repositório de imundícies domésticas e de lixo tóxico industrial. No lugar das garças, esqueléticos e famintos urubus disputarão, com os mendigos, restos de comida nos lixões, ao longo dos canais de águas fétidas e poluídas. No lugar da exuberante floresta, se erguerão condomínios e grandes complexos de favelas, cercados por um deserto de areias causticantes. Eu só espero estar morto muitos anos antes que esta tragédia inevitável aconteça.


F I M


AS RAZÕES INSANAS DO HAMAS PARA JUSTIFICAR SEU ATAQUE COVARDES: COISA DE MENTES DOENTIAS E IDIOTAS!!!

  Mesquita de Al-Aqsa e Monte do Templo O motivo alegado pelo Hamas para o ataque brutal a Israel no último sábado está relacionado à mesqui...