domingo, 13 de setembro de 2009
MINHA COMUNICAÇÃO OBJETIVA
sábado, 12 de setembro de 2009
FOGO SELVAGEM
Corria o ano de 1972. Os moradores das margens do rio Purús e do rio Tapauá , especialmente os do povoado “Boca do Tapauá”, de há muito haviam se familiarizado com a presença dos Apurinãs. Portanto não foi motivo de apreensões que, naquele dia, 12 de junho de 1972, houvesse intenso movimento de selvagens no povoado. Boca do Tapauá estava em franco progresso. A castanha, a sorva e a borracha atraiam sulistas, nordestinos e amazonenses de outros municípios, na ilusória esperança de um enriquecimento rápido. As atividades comerciais cresciam, em virtude da grande produção de castanha e de borracha. A cada dia surgiam mais notícias sobre a descoberta de novos seringais e castanhais, além de sorveiras, cujo leite é utilizado para obter um látex quase tão bom quanto o das seringueiras, matéria-prima para a industrialização da borracha. A vizinhança com a aldeia dos Apurinãs não era motivo de alarme. O seu líder, um índio jovem, forte e musculoso chamado Meruoka, procurava integrar-se aos civilizados. Desde que havia saído do alto Purús para formar sua própria aldeia, vindo morar próximo de Boca do Tapauá, Meruoka sempre tinha guiado seus guerreiros no caminho da paz. Na verdade, os moradores da região deviam aos índios o seu progresso, pois eles os ajudavam na localização dos seringais e castanhais. Mas...com a febre da riqueza, veio juntamente a febre da volúpia. Depois de meses de atividades nas selvas, no retorno ao povoado, a promiscuidade campeava e imperava, arrastando civilizados e silvícolas nas ondas procelosas do prazer carnal. Porém, o organismo dos colonizadores, infectados de vírus e bactérias, era um verdadeiro agente contaminador e disseminador de doenças várias, para as quais os indígenas não possuíam anticorpos.
E a morte visitou a casa de Meruoka. Meruoka, de cujo olhar ameaçador as onças fugiam, que fazia voar a sua igara sobre os banzeiros do grande rio Purús e porfiava com a pirarara e com o pacamom, nada pode fazer para evitar a morte de seus queridos. Naquela noite, os gritos de lamento e os cânticos fúnebres encheram a floresta, assustando o tapir na vereda e inquietando o tinga no chavascal. Os raios de sol da manhã de 14 de junho de 1972 coavam por entre as ramadas da aquariquara e faziam reluzir a pele recentemente pintada de Meruoka, que, acocorado à beira do igapó, conversava com o velho pajé enquanto trabalhava um arco. O Grande Espírito tinha visitado o velho Dinamã durante a noite, numa visão, e havia lhe mostrado a raiz do mal Não havia dúvidas: o feitiço dos filhos do mau espírito eram os causadores das mortes que trouxeram tristezas para a aldeia. A sorte dos ribeirinhos estava lançada!
Eram 3 horas da tarde, 16 de junho de 1972. Antônia do Perpétuo Socorro dirigia-se ao rio com a trouxa de roupas sujas. Cantarolava inocentemente, sem perceber os vultos pintados que se insinuavam entre as folhagens. Era uma bela tarde: os magoarís e as garças voavam altaneiros; os galos da serra evocavam ternas recordações; o mutum gemia, como que se lamentando de alguma desgraça. Antônia levantou os olhos a uma revoada de mergulhões e, então, a flecha disparou como um raio do arco retesado de Meruoka, e partiu em sua direção. Com um grito lancinante, Antônia tombou sobre as roupas que lavava, com o peito trespassado pela seta assassina. A horda selvagem penetrou aos gritos no terreiro da casa de Raimundo Nonato, não dando a mínima chance de defesa a ele, aos seus 5 filhos, às suas filhas e ao seu empregado. Flechas e chumbo cruzavam o ar e estrugiam na mata, enquanto a família de Raimundo ia se extinguindo vida por vida. A única saída da casa até ao barco amarrado à margem do rio foi interceptada pelos índios, que, dominados pelo ódio e incitados pela caiçuma, forçavam a frágil porta de itaúba, única barreira entre eles e os poucos sobreviventes.
Mas Fernando, o empregado de Raimundo Nonato, não estava resignado a morrer daquela maneira. Havia uma chance em mil de escapar dalí com vida e ele ia tentar! Mal a porta cedeu sob a pressão de dezenas de corpos pintados de genipapo e urucum, irrompeu entre os selvagens, abrindo uma brecha mortal com seu rifle papo amarelo calibre 44. Correndo em direção ao rio, sob uma verdadeira chuva de flechas, lançou-se às águas, alcançou o barco, desamarrou-o, colocou o motor em funcionamento e largou em direção ao povoado. Lá também, as balas assobiavam entre as sorveiras e as flechas zuniam sobre as cabanas. Os índios porém, inferiores em armas, retiraram o cerco e então formou-se uma expedição que partiu em socorro à família do infeliz Raimundo. De longe, avistaram a cabana em chamas. A cabeça de Raimundo Nonato jazia a um canto do terreiro, os olhos ainda estampando o horror e a angústia. O resto de seu corpo e dos corpos de seus filhos, torturados e mortos; e de suas filhas, violentadas e assassinadas, eram disputados pelos urubús. O Grande Espírito tinha vingado o seu povo.
Uma guarnição do 1º Batalhão de Infantaria de Selva saiu do interior do C 47 da Força Aérea Brasileira e encheu as duas lanchas que os esperavam. Liderados pelo tenente-aviador Fábio Costa, os soldados marcharam selva adentro em direção à aldeia dos Apurinãs. Houve pouca resistência por parte dos índios. Após uma breve batalha de um cerrado tiroteio, os guerreiros sobreviventes foram dispersos e Meruoka preso. Levado a Manaus, foi forçado a prestar um juramento de paz e a abandonar a região do rio Tapauá com todo o seu povo. E assim, o problema foi resolvido e a paz voltou a reinar. Mas os corpos insepultos de Raimundo Nonato e de dezenas de índios, clamam por justiça! O hediondo massacre é mais que uma simples lição do comportamento dos indígenas; é um protesto contra a arremetida gananciosa da mal-rotulada “civilização” que, acobertada pela chamada “integração”, leva todo tipo de vícios e degradações ao único povo que, nesta terra, pode ser verdadeiramente chamado de brasileiro.
Escrita em Cianorte - PR, 23/04/1975
POST-SCRIPTUM
Glossário
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
A TERRA INDÍGENA RAPOSA / SERRA DO SOL
Um ato inconstitucional presenciado pelos indígenas é a participação de políticos de Roraima (um deputado Federal e outros) usa a mídia para incentivar a população local a desrespeita os direitos indígenas e apoiar a ocupação ilegal das terras indígenas. Alem de uma radiofusora instalado no país da Venezuela onde são divulgadas as informações racistas e preconceituosas contra a vida dos povos indígenas.
DECLARAÇÕES DE ÍNDIOS FAMOSOS
A LÓGICA DO ABSURDO
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
A AGONIA DA FLORESTA AMAZÔNICA
- Um grito pela liberdade, neste 7 de Setembro -
Sérgio Aparecido Dias
A estrada rasga a floresta e abre um imenso e interminável sulco negro por entre o verde das matas outrora virgens. O ronco apavorante dos tratores troveja na imensidão da selva amazônica, assustando os animais selvagens e espantando os pássaros e as aves, que demandam o azul do céu, em ruidosos bandos, em intensas revoadas. Por sobre as copas das árvores, nas mais altas galhadas, os guaribas olham assustados os estranhos monstros, avançando em sua ânsia destruidora. Esses grandes macacos das terras firmes, os bugios da Amazônia, lançam o seu protesto em forma de tonitruantes rugidos, que se sobrepõem ao som dos imensos bichos de aço. E as árvores centenárias vão tombando, uma após outra, gemendo em seus últimos estalidos, lançando seus galhos como que num último pedido de socorro, tentando se agarrar às suas companheiras que ainda estão de pé. Mas estas também são violentamente levantadas de suas raízes, choram as últimas lágrimas de sua seiva e tombam inertes, com estrepitoso estrondo, no solo que as vira germinar e florescer. Imensos caminhões vão e vêm pelo trecho recém aberto, transportando terra e materiais utilizados pelos trabalhadores dos canteiros das obras. Grupos de operadores de motoserras e auxiliares de derrubadas, executam os serviços de corte dos galhos e das toras das árvores caídas, que serão depois selecionadas para o consumo. As que forem madeira de lei serão negociadas com as madeireiras e serrarias, ao passo que as demais servirão para estacas, barrotes, mourões e postes. O que sobrar, alimentará as fornalhas das padarias das cidades ou será transformado em carvão. O restante, o que não for utilizado, apodrecerá e será reabsorvido pelo solo, em 5, 10 ou 20 anos em média. Nas laterais do asfalto, que ocupará o lugar onde antes elas existiram, outras sementes germinarão e outras árvores crescerão, alimentadas com o húmus destas que agora agonizam e morrem. No ciclo regenerador da Natureza, de certo modo elas renascerão novamente, mas muitos de seus destruidores não mais pertencerão a este mundo. E quando as aves retornarem e fizerem os seus ninhos nos galhos renovados, os tratores e caminhões já serão sucata mecânica, corroídos pela ferrugem e abandonados na beira da estrada, encobertos pelos arbustos e pelas moitas de capim.
E a selva agoniza. Uma mistura de cheiros invade o ar nesse cenário de destruição, entrando pelas narinas e sobrepondo-se ao forte odor de óleo diesel e fumaça. Resinas aromáticas do pau-rosa, agradavelmente perfumadas, juntam-se aos frutos esmagados da andiroba, do marí-marí e do taperebá, produzindo um penetrante odor acre, que se mistura ao cheiro da terra úmida revolvida e das raízes destroçadas. É o cheiro da morte. É uma parte da floresta morrendo, violentada pelos seres ditos superiores, que lhes roubam o sagrado direito de produzirem frutos comestíveis, sombra benfazeja e restauradora, além do remédio de suas folhas, cascas e raízes, que poderiam curar os males da humanidade. Todo esse tesouro doado por Deus, será agora transformado em tábuas, carvão e adubo. Um mal necessário, segundo os comentaristas, para conquistar a Amazônia e ocupá-la estrategicamente, protegendo as fronteiras e levando o progresso às vilas e cidades às margens dos rios. Só o tempo dirá se terá valido a pena tanto estrago e tanta agressão ao meio ambiente e à Natureza. De vez em quando os tratores e as pás mecânicas encontram uma barreira que os obriga a parar, chiando os pneus, trepidando suas carcaças e resfolegando fumaça preta pelos narizes dos escapamentos. É um rio, das centenas de milhares que serpenteiam pelas florestas da Amazônia. Uns grandes, outros enormes e vários gigantescos. Desde igarapés e riozinhos até aos caudalosos gigantes líquidos, tributários do Amazonas, o rio-mar, um infindável emaranhado de águas, ziguezagueando por entre a selva, como artérias vivas, o sistema circulatório da vida selvagem. Mas a selva tem os seus métodos de revide e proteção. A Natureza dispõe de meios de defesa, contra os quais nem sempre os seres humanos conseguem êxito. Alguém já ouviu falar da Transamazônica? Existem, por acaso, modernos ônibus trafegando por suas estradas asfaltadas? Quantas cidades surgiram em suas margens? De quais fazendas prósperas estão sendo colhidos os alimentos que matariam a fome da humanidade, de acordo com a propaganda da época? A maior parte da Transamazônica é agora vereda das antas e dos grandes animais da floresta. O que restou dos acampamentos virou comida de cupins, esconderijo dos grandes morcegos e morada de cobras, tarântulas e aranhas caranguejeiras. E o forte sol do verão amazônico reflete seus raios no que sobrou das carcaças dos tratores e das caçambas, desmanteladas e desfeitas pela ferrugem, cobertas pelas ramagens de buxa, maracujá do mato e melão de São Caetano. Dezenas de cruzes, toscas e rústicas, assinalam os locais dos que sucumbiram na batalha e estão espalhadas no interior da floresta, nas beiras dos rios e ao longo do que seria a estrada. Foram vencidos pela malária, pelas pestilências tropicais, pelas areias movediças, pelos desastres na estrada. Ou se acabaram nos dentes dos jacarés, das piranhas e das onças. Sem falar dos que receberam a injeção mortal dos dentes venenosíssimos da surucucu-pico-de-jaca. E a Transamazônica transformou-se numa grande capoeira, a maior de todas. E numa grande piada internacional, sem a menor graça! Agora, nos estertores do século 20 e no adentrar do século 21, as derrubadas se intensificam e as queimadas acompanham esse alucinante ritmo de destruição. Fazendeiros, grileiros e posseiros, acobertados por políticos gananciosos, levantando falsas bandeiras socialistas e de pseudas reformas agrárias, agridem e violentam impunemente o meio ambiente. Sentem-se fortes, amparados em leis absurdas, moralmente anuladas por seu conteúdo arbitrário e destruidor. Legais na frieza constitucional, porém, ilegais em seu ardente propósito depredador Somos testemunhas, cujas vozes são abafadas pelos discursos inflamados dos que se acham donos da Amazônia, que sonham reparti-la com abutres esfaimados de nações destruidoras, cujas florestas não mais existem, cujos recursos naturais já se exauriram. Esses piratas da nossa bio-diversidade se acham no direito de ratear a Amazônia como pagamento da dívida externa. Será que já não bastam os incentivos fiscais, correspondentes a milhões de dólares, que há décadas eles sugam da Zona Franca ? Milhares de trabalhadores são despejados todos os anos nas ruas de Manaus, perambulando pelos escritórios de recursos humanos e engrossando as intermináveis filas do F.G.T.S. da Caixa Econômica e do seguro desemprego. Tudo para evitar que as empresas subsidiadas diminuam o seu exorbitante lucro. E se isto não basta, então a selva deve ser destruída, para dar espaço às grandes fazendas. Tudo de modo desordenado, sem respeitar o meio ambiente e o ecossistema. Daqui a 100 anos, a julgar pelo avanço da destruição, amparada e embasada por uma lei estúpida e imbecil, que permite a derrubada de 50% da área (e já prevendo uma futura permissão de 80%), provavelmente o rio Amazonas e o rio Negro serão esgoto a céu aberto, como já sucedeu com literalmente todos os igarapés de Manaus. Os esgotos das fábricas serão despejados livremente no rio Negro, que compartilhará do triste destino do grande rio Tietê de águas mortas, repositório de imundícies domésticas e de lixo tóxico industrial. No lugar das garças, esqueléticos e famintos urubus disputarão, com os mendigos, restos de comida nos lixões, ao longo dos canais de águas fétidas e poluídas. No lugar da exuberante floresta, se erguerão condomínios e grandes complexos de favelas, cercados por um deserto de areias causticantes. Eu só espero estar morto muitos anos antes que esta tragédia inevitável aconteça.
F I M
AS RAZÕES INSANAS DO HAMAS PARA JUSTIFICAR SEU ATAQUE COVARDES: COISA DE MENTES DOENTIAS E IDIOTAS!!!
Mesquita de Al-Aqsa e Monte do Templo O motivo alegado pelo Hamas para o ataque brutal a Israel no último sábado está relacionado à mesqui...
-
Crenças aberrantes Revista Defesa da Fé - nº 1 ano 2 de 1998 O título desta matéria inclui várias crenças, algumas das...
-
OTTO GUSTAVO Velha lenda interessante Diz que havia uma capela Num lugar muito distante Quem passasse ali por ela E olhasse pela jane...