sábado, 26 de setembro de 2009

MARTÍRIO DOS ANABATISTAS - Parte I

 Pr. Sérgio Aparecido Dias

( do livro "História Heróica do Povo Batista", de sua autoria, em andamento)            

Assim como na Suíça, os anabatistas sofreram ferrenha perseguição na Alemanha, derramando seu sangue e dando suas vidas em defesa da verdade.   Destacaremos, dentre tantos heróis, os que participaram na liderança dos vários grupos dissidentes. Miguel Sattler era natural de Friburgo ( Alemanha ), onde nasceu em 1490.   Foi frade num convento Beneditino, onde chegou a ocupar o cargo de Prior.   Estudando as epístolas de Paulo, porém, duvidou das coisas que aprendera e que praticava no convento.   Sem saber o que fazer e temendo levar ao conhecimento de seus superiores as suas dúvidas, Miguel Sattler fugiu do mosteiro e casou-se.  Da Áustria ( para onde havia fugido ), escapou da perseguição movida contra os luteranos e procurou refúgio em Zurique, na Suíça, em 1525.   Unindo-se aos anabatistas locais, tornou-se um evangelizador incansável e ativo, pregando o evangelho bíblico conforme as Escrituras, atraindo a ira de Zwínglio e do Conselho de Zurique.   Julgado pelo Conselho, foi condenado e expulso da Suíça.

            Após a sua expulsão da Suiça, buscou refúgio em Friburgo, sua cidade natal, de onde também foi expulso em virtude de suas pregações.   Peregrinou por várias cidades e países, regressando novamente na Suiça, tendo participado de uma conferência dos anabatistas em Schleitheim ( fevereiro de 1527 ) .    Nessa conferência, os anabatistas elaboraram uma espécie de confissão de fé, composta de 7 artigos.   Sattler foi o redator dessa confissão ( Confissão de Schleithem ), o que demonstra a sua importância e destaque no movimento.  Regressando da conferência, foi preso em Rotemburgo ( Alemanha ).   Submetido a julgamento, foi condenado. 

Eis as acusações que motivaram sua condenação:

            1) - Ação contrária ao decreto imperial;
            2) - Ensinar e crer que o corpo e o sangue de Cristo não estão presentes
                  no sacramento;
            3) - Ensinar e crer que o batismo infantil não dá salvação;
            4) - Rejeição do sacramento da unção;
            5) - Desprezar e aviltar a mãe de Deus e condenar os santos;
            6) - Declarar que os homens não devem jurar diante do magistrado;
            7) - Começar um novo costume a respeito da Ceia do Senhor, colocando o pão
                  e o vinho num prato, comendo e bebendo deles.
            8) - Ter-se casado contrariamente às regras;
            9) - Ter dito que, se os turcos invadissem o país, não se lhes deveria oferecer
                   resistência; e que, se aprovasse a guerra, ficaria antes contra os cristãos,
                   do que contra os turcos.
  
            Tais acusações eram todas infundadas em sua maior parte, distorcendo-se as convicções de Sattler e seus ensinamentos.   Quanto à acusação 5, até hoje os evangélicos a sofrem, sendo distorcido o verdadeiro respeito e o legítimo lugar de honra que os protestantes ( e particularmente os batistas ) dão a Maria e aos santos bíblicos.  Sobre a Ceia do Senhor, batismo infantil e os "sacramentos", constituem-se em precioso legado e faz parte da herança anabatista, tesouro pertencente aos atuais batistas.  É monstruosa e cruel a sentença proferida contra Miguel Sattler:

            " Miguel Sattler deverá ser entregue ao carrasco.  Este o levará até à praça e aí primeiro lhe cortará a língua.   Depois o amarrará a uma carroça e, com tenazes incandescentes ( pinças em brasa ) tirará, por duas vezes, pedaços do seu corpo.   Em seguida, a camiho do lugar da execução, fará isso cinco vezes mais e depois queimará seu corpo até ao pó, como um arqui-hereje ."

            No dia 20 de maio de 1527, Miguel Sattler foi executado na cidade de Rotemburgo.  Como lhe tivessem cortado apenas um pedaço de sua língua, ainda conseguiu falar ao povo e orar a Deus em voz alta, apesar do sangue e da dor intensa. Quando o fogo queimou as cordas que o prendiam na estaca, fez sinal ao povo levantando os dedos indicadores: era o sinal combinado com os seus irmãos, de que as dores eram perfeitamente suportáveis.  A esposa de Miguel Sattler foi também presa e foram feitas tentativas para que se retratasse.   Resistindo heròicamente a todos os esforços e rejeitando todas as propostas para que salvasse sua vida, foi condenada à morte e foi afogada no rio Neckar, oito dias depois. Esse casal de heróis da fé finalmente descansou de tantas tribulações e lutas.

            O líder do anabatismo alemão, no entanto, foi Baltazar Hubmaier, considerado o mais culto dos anabatistas. Era natural de  Friedberg ( Alemanha ), estudou em Augsburgo e doutorou-se em teologia na Universidade de Ingolstadt em 1512, mesmo ano em que Lutero doutorou-se na Universidade de Wittemberg.  Sua capacidade intelectual é incontestável, quando a História registra que ele foi escolhido para ser Vice-Reitor da Universidade, em 1515.    No ano seguinte, passou a ocupar o cargo de pregador da recém inaugurada Catedral de Ratisbona.  A partir de 1521 sua vida mudou, quando iniciou um estudo sério e profundo das epístolas de Paulo.   Abalado em suas convicções viajou para a Suiça, onde, em Basiléia, manteve contacto com Erasmo ( auxiliar de Zwínglio ).    Em 1523 foi à Zurique a fim de entrevistar-se com o próprio Zwínglio.   Mas quem de fato o convenceu da necessidade da tomada de uma decisão radical, foi Guilherme Reublin.

            Retornando a Waldshut, Baltazar Hubmaier iniciou um programa de reforma, pregando a doutrina da justificação pela fé, abolindo a missa, condenando o celibato clerical, removendo as imagens da Igreja e, por fim, casando-se.  Tais medidas ultra-radicais atrairam a ira do rei Fernando, irmão de Carlos V, e Hubmaier começou a correr risco de vida.   A "gota d'água" veio com a publicação de um livro intitulado "A respeito dos Herejes e Seus Queimadores ", onde Hubmaier redefiniu o termo " hereje, " aplicando-o aos perseguidores; e estabeleceu o princípio da liberdade religiosa.  Para afirmar de modo incontestável suas novas convicções, solicitou o batismo a Guilherme Reublin, em 1525.  

 Logo após, batizou 300 novos convertidos por afusão, utilizando um balde, colocado na pia batismal da Igreja; em seguida, celebrou a ceia do Senhor segundo os preceitos bíblicos.   Desse modo, a Igreja de Waldshut abandonava o catolicismo e tornava-se anabatista.  O rei Fernando enviou forças militares contra Waldshut; e Hubmaier, tentando poupar sofrimentos à população, atravessou a fronteira e fugiu para a Suiça.  Em Zurique, porém, foi prêso e condenado a retratar-se ou abandonar a cidade.   Pressionado pelas torturas, retratou-se.   Uma vez livre, retratou-se da retratação e reafirmou publicamente as suas posições doutrinárias, o que lhe valeu nova prisão e mais torturas.  Não resistindo às angustiantes torturas, retratou-se novamente e foi expulso da cidade.  Decidido a não mais se enfraquecer em razão do sofrimento, confessou sua fraqueza, pediu perdão a Deus e reiniciou o seu trabalho.  Retirou-se para Nikolsburgo, na Morávia onde, durante 2 anos, conseguiu 6.000 convertidos e publicou cerca de 17 panfletos e teses, nos quais explicava suas doutrinas e pontos de vista.  Preso novamente por tropas católicas, foi levado para a Áustria; sua espôsa também foi presa e levada em sua companhia.   Na prisão, apelou várias vezes por sua libertação, mas não obteve sucesso.  Finalmente, no dia 10 de março de 1528 , em Viena, capital da Áustria, Baltazar Hubmaier foi amarrado na estaca e queimado vivo.   Sua espôsa, 3 dias depois, com uma pedra atada ao pescoço, foi afogada no rio Danúbio. 

Continua em próxima postagem.........

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

COMO GANHAR DINHEIRO COM REVENDAS

March 18th, 2009 by Rogerio Job

Hoje eu gostaria de falar sobre os produtos digitais com direitos de revenda.
O que são produtos digitais com direitos de revenda?
São produtos como ebooks, softwares e scripts, que você pode comprar para seu próprio uso e, ao adquirir o produto, também adquire o direito de revendê-lo e ficar com 100% dos lucros de cada venda.
E quais as principais vantagens de comprar e vender produtos com direitos de revenda?
Sem dúvida, este é um ótimo negócio e as vantagens são muitas, mas vou citar aqui as principais:
1ª – Você não precisa gastar dias ou meses criando um produto próprio. Você pode comprar um produto com direitos de revenda e começar a ganhar dinheiro com ele no mesmo dia.
2ª – O investimento é muito baixo e você não tem nenhum limite para as vendas que pode efetuar. Sendo um produto digital, você pode vender centenas ou milhares de cópias. Por exemplo, você pode comprar um produto digital por R$ 47,00 e, vendendo apenas 10 cópias dele, terá um lucro líquido de mais de R$ 400,00. Qual negócio oferece uma margem de lucro tão alta?
3ª – Você pode aumentar as vendas de um determinado produto usando a estratégia de oferecer um produto com direitos de revenda como bônus. Eu mesmo uso esta estratégia há anos e posso garantir que isso tem alavancado incrivelmente as minhas vendas.
4ª – Você poderá reunir 3, 4, 5 produtos e “criar” um novo produto com grande valor agregado. Por exemplo, seria improvável um cliente comprar 5 produtos que você vende à R$ 47,00 cada um. Mas é bastante provável que este mesmo cliente fique feliz da vida comprando um kit de 5 produtos, mesmo pagando algo em torno de R$ 97,00.
5ª – Você pode oferecer o produto como um incentivo para quem se inscrever em sua lista de emails. Três coisas acontecerão a partir deste neste ponto. O número de inscrições em sua lista irá aumentar drasticamente, as pessoas se sentirão eternamente gratas pelo produto e, desta forma, estarão propensas a comprar qualquer outro produto que você ofereça à elas mais adiante.
Estas são apenas algumas das vantagens de comprar e vender produtos com direitos de revenda. Há diversas maneiras criativas de ganhar dinheiro com estes produtos.
Se você nunca experimentou a sensação altamente positiva de ganhar dinheiro vendendo produtos digitais, esta é sua grande oportunidade.
Pesquise nos mecanismos de busca por “produtos com direitos de revenda” e não deixe de pesquisar no seguinte site, no endereço abaixo:
http://www.sadiasnegocios.xpg.com.br
Com o baixo investimento que este tipo de negócio pede, não há razão para você ficar de fora.
(c) Copyright 2004/2009, Rogerio Job – Direitos reservados



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA

Extraído de: www.portalamazonia.globo.com

Nunca, em tempo algum, ouviu-se falar tanto no conceito de sustentabilidade como agora. Depois de ocupar mais as páginas dos discursos políticos,  o termo começa a tomar lugar em projetos desenvolvidos por governos, principalmente em regiões detentoras de floresta, como é o caso da Amazônia. Promover a sustentabilidade é promover a exploração de áreas ou o uso de recursos naturais de forma a não prejudicar  o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir. Especialistas afirmam que, em relação à Amazônia, mesmo em atividades humanas altamente impactantes como a mineração,  extração vegetal e agricultura, pode-se promover desenvolvimento com sustentabilidade gerando renda para os habitantes sem que seja necessário o desmatamento.

Desta forma,  projetos empresariais que atendam aos parâmetros de sustentabilidade, começaram a multiplicar-se por vários lugares antes degradados, numa preocupação ecológica cada vez maior de salvar a Amazônia,  acreditando que, desta forma, também se estaria ajudando no combate ao aquecimento global, que tem nas queimadas, uma de suas causas.

Uma das opções que tem sido apresentada é a comercialização de créditos de carbono, em que,  países ricos compram créditos gerados pela manutenção da floresta em pé, levando em consideração a quantidade de carbono que uma determinada área de floresta produziria. A renda obtida com a venda desses créditos é empregado em atividades que promovam o desenvolvimento sustentável da região.  Na Amazônia, uma única árvore pode conter mais de duas mil  espécies raras de animais. Além disso, florestas tropicais como essa,  são essenciais para manter o equilíbrio do dióxido de carbono na atmosfera. No entanto, a derrubada descontrolada de árvore para venda da madeira e o crescimento da  agricultura e pecuária,  estão destruindo sua rica biodiversidade.

Algumas medidas devem ser tomadas para se alcançar o desenvolvimento sustentável:  utilização da energia de forma mais eficaz com desenvolvimento de fontes de energia renováveis, como  vento e  energia solar, promoção da educação ambiental aos agricultores e, principalmente, eliminação da pobreza,  com projetos eficazes para utilização de recursos da floresta pelos ribeirinhos e comunidades indígenas de forma sustentável.  A Amazônia é um ecossistema complexo e frágil, necessita de leis severas de proteção ambiental e projetos factíveis de sustentabilidade.

Na região, a imensidão do verde engana, pois o solo é quimicamente pobre. Quando a mata  é convertida em monocultura ou em pastagem, há um irreversível impacto ambiental. Como conseqüência, logo a produtividade  decai e os agricultores e pecuaristas abandonam a área para queimar outras quadras, num círculo infinito e cada vez mais voraz.  Promover a sustentabilidade, portanto, já não é mais um simples discurso, mas uma necessidade cada vez mais imperiosa de manter a Amazônia para as gerações futuras, tendo a certeza de que o mais fantástico ecossistema da terra continuará a prover recursos e bem-estar econômico e social para as comunidades que nela vivem. .


Veja vídeos sobre a Amazônia:

Escreva para portalamazonia@redeamazonica.com.br e envie informações sobre a Amazônia.

O CAIS DO PORTO DE MANAUS E SUA HISTÓRIA



O Porto de Manaus, inaugurado em 1907, é considerado o mais original do Brasil. Construído em um cais flutuante, acompanha o nível das águas do rio Negro, em épocas de grande cheias.

Sua estrutura permite receber vários navios de qualquer tamanho, mesmo durante as grandes vazantes. O porto está situado entre a praia de São Vicente e a rampa do Mercado Municipal Adolpho Lisboa. À esquerda da entrada fica o edifício da alfândega, que veio pré-fabricada da Inglaterra, onde funciona o escritório e, do outro lado da pista, ficam os armazéns destinados às mercadorias, à frente fica a rampa que é destinada aos conteiners.

O cais flutuante compõe-se de duas partes distintas: a primeira em forma de um T, serve para a atracação de navios de cabotagem. A segunda parte é o trapiche que liga as balsas flutuantes à ponte móvel.

A ponte móvel tem 20 metros de largura e, em sua lateral, há uma passarela para pedestres. Logo que foi inaugurado chegaram os paquetes ingleses, italianos, franceses e alemães. Eles transportavam mercadorias e passageiros.

O porto passou a ser o principal ponto turístico da época e recebia navios de luxo da Lamport, da Boat Line e outros. Também saiam do porto de Manaus embarcações com borracha, castanha, madeira, produtos de exportação da época.

O Porto de Manaus teve sua estrutura para recepção de turistas reformada recentemente. Além de servir para embarque e desembarque de passageiros e mercadorias que vão e vem das cidades do interior do Estado, recebe grandes transatlânticos de turistas de várias partes do mundo.

Também desembarca produtos destinados ao Pólo Industrial de Manaus, assim como serve de embarque para produtos fabricados na cidade e que se destinam a várias partes do Brasil e do mundo.

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Porto de Manaus – Roadway - História
A falta de um porto amplo e moderno na capital do Amazonas comprometeu por muitos anos a economia da região. Dentre as constantes lamentações governamentais, repetiu-se, por muitos anos, a falta de condições de serviços de embarque e desembarque de mercadorias em Manaus, cujo sistema era rudimentar e muito deficiente, pois a cidade não dispunha de um porto devidamente equipado, recorrendo-se com freqüência ao porto de Belém para escoar grande parte da produção extrativa que era exportada. Esta situação, além de produzir grandes prejuízos ao comércio local, afetava também a receita do cofre estadual.

Durante o período provincial, e mesmo nos dez primeiros anos da República, os administradores mencionavam abras e reparos de rampas e trapiches no litoral da cidade; no entanto, estas obras não superavam definitivamente os velhos problemas, principalmente no período de seca, quando o rio Negro baixava o seu nível sensivelmente, impedindo que os barcos aportassem nas rampas. As obras executadas naquela época não tinham estrutura nem porte para solucionar os problemas de embarque e armazenamento de mercadorias com segurança e eficiência.

Dentre as obras construídas nesse período, destaca-se o trapiche 15 de novembro, concluído em 04 de janeiro de 1890, durante a administração do capitão Augusto Ximeno de Villeroy (SOUZA, 1966, p. 71). Provavelmente, esta obra seja a mesma que os últimos relatórios da província se referem como trapiche Princesa Isabel e que, durante a presidência de Joaquim de Oliveira Machado (1889, p 41), tinha sua fiscalização a cargo do engenheiro Eduardo Ribeiro, chefe da 1º seção da Repartição de Obras Públicas.

No primeiro ano da República, durante o governo de Gregório Thaumaturgo de Azevedo, foi firmado um contrato com o engenheiro civil João Martins da Silva para realizar trabalhos de melhoramentos do porto de Manaus, e este contrato foi renovado durante a administração de Eduardo Ribeiro (1893, p. 7), alegando que tal procedimento traria grandes vantagens para o Estado. Ribeiro acreditava que com a inovação do contrato seria possível atender a uma necessidade palpitante para a cidade, considerando o modo lastimável com que faziam os trabalhos de cargas e descargas do porto. O governador dizia que o serviço publico e particular sofre sempre, alem de grandes vexames, atropelos e graves prejuízos.

A questão dos melhoramentos do porto de Manaus só foi retomada na administração de Fileto Pires Ferreira (1900, p. 85), o qual informava que, após a revisão do contrato, o contratante havia-se retirado do Amazonas e que só regressara em junho de 1897, trazendo em sua companhia um representante de uma das principais casas da Inglaterra, como é a de Punchard, Mc. Taggat, Lowther & C.

Naquela oportunidade, o engenheiro Martins apresentou os planos e o orçamento para a execução das obras que foram aprovadas depois de ouvidas as autoridades competentes e com as modificações aconselhadas pela comissão de saneamento de Manáos, conforme os pareceres de 17 de junho e de 07 de julho de 1897. No entanto, o governador confessou que, vendo porém, que o Sr. Martins não levava avante as obras do porto e que o representante inglês estava próximo de retirar-se sem nada resolver, tratou de negociar diretamente com o senhor D. Weir que era o representante da casa inglesa, no intuito de levar adiante as referidas obras.  As negociações para executar os melhoramentos do porto continuaram a ser feitas de maneira lenta até janeiro de 1898, quando o governador Fileto Ferreira (1898, p. 36) comunicava ter o comissário do Governo Federal, Alexandre Sattamini, questionado a competência do Estado em contratar melhoramento do porto.

Rapidamente, a questão tomou grandes proporções e, em 05 de fevereiro do mesmo ano, foi aprovada a Lei Nº 198 (Coleção de Leis, 1897 – 1899, 1902, p. 30) autorizando o governo do Estado a entrar em acordo com o governo federal e o contraste das obras do porto. No entanto, em abril daquele ano, Fileto Ferreira retirou-se para Europa, sendo substituído por seu vice, José Cardoso Ramalho Júnior (1898, p. 5), que, em junho de 1898, informava que em conseqüência do questionamento feito pelo comissário Santtamini, o governo do Estado foi convidado pelo Ministério da Fazenda a rescindir o contrato com o engenheiro Martins, por ter sido considerado atentatório dos direitos da União e, caso a recomendação não fosse atendida, ameaçava com uma ação de nulidade. Ainda em julho daquele ano, o Decreto Nº 257 (FERREIRA, 1900, p. 106) autorizava a abertura do crédito necessário para indenizar o engenheiro João Martins da Silva pela rescisão do contrato.

Em junho de 1899, 0 governador Ramalho Júnior (1899, p. 24) comunica que a questão já se debatia há muito tempo, sem ainda haver tido a sua necessária solução; enquanto isso, Manaus continuava sofrendo as deficiências do serviço do porte. Em setembro do mesmo ano, a Lei Nº 218 (COLEÇÃO DE Leis do Amazonas, 1897 – 1899, 1902, p. 88) autorizava o Poder Executivo a entrar em acordo com o governo federal no intuito de levar a effeito as projectadas obras de melhoramentos do porto de Manáos.

Em 1904, o ex-senador Lopes Gonçalves (1904, p. 60) afirmou que o contrato para a construção do porto da cidade de Manaus foi celebrado em 1º de agosto de 1900, com Bromistau Rymkiewicz, que organizara uma campanha, na Inglaterra e no Brasil, denominando-a Manáos Harbour Limitad.  Os trabalhos de construção foram iniciados em julho de 1902 e, em maio de 1903, já haviam construído um cais com quatro trapiches e estava concluída a colocação de um grande flutuante com três torres movidas por eletricidade.  No mesmo ano da publicação de Gonçalves, passaram por Manaus os sanitaristas Godinho e Lindenberg (1906, p. 54) que, ao discorrer sobre o porto da cidade, afirmavam que a obra fora contratada com o barão Rienckievicz, engenheiro construtor das obras da Serra do Cubatão, auxiliado pelo Dr. Álvaro de Carvalho, que supunham serem sócios. no entanto, a americana Marie Wright (1907, p. 394) informava, em 1907, que o contrato para o melhoramento do porto fora feito com a firma inglesa Manáos Harbour Company Limited e as docas foram planejadas e praticamente construídas sob a direção do engenheiro cubano Antonio de Lavandeyra, sendo os trabalhos iniciados em 1902.

Luiz de Miranda Correa (1965, p. 45) acrescenta, por sua vez, a esta informação, que Antônio Lavandeyra projetara o porto, juntamente com o Dr. Cavalcanti de Albuquerque, sobre as idéias deste último.  Em 22 de agosto de 1902 foi sancionada a Lei Nº 384 (Coleção de Leis do Amazonas, 1903, p. 16), aprovando o contrato de 25 de março do mesmo ano, ampliando para sessenta anos o prazo de concessão dos serviços do trapiche XV de Novembro para a empresa de melhoramentos do porto de Manaus.

A construção do porto de Manaus, no início do século XX, era composta por uma ponte flutuante em forma de T, e grande parte desta estrutura, assim como os armazéns, guindastes e outros elementos eram de ferro. Este material já era usado em obras do trapiche Princesa Isabel e, segundo informação de Eduardo Ribeiro, era de origem européia (MACHADO, 1889, p. 41).

Provavelmente, é deste material que Geraldo Gomes da Silva (1987, p.201) afirma não ter encontrado nenhum documento comprovando em afirmar que seja o sistema Daniy, de origem belga. Notando, ainda, que os armazéns construídos pela Manáos Harbour Limited são todos de ferro corrugado e tanto as paredes quanto as coberturas foram produzidas pela P & W Mac Leillan Ltd. – Clutha Works, de Glasgow, de acordo com o registro gravado em algumas estruturas da construção.

O porto de Manaus, com sua ponte flutuante em forma de T, é conhecido como Roadway, denominação deixada pelos ingleses. Esta ponte tem aproximadamente 200 metros de comprimento e cerca de 20 de largura.  Apresenta passeios laterais para uso de pedestre e uma pista central para veículos. Durante a década de 70 do século XX, esta ponte foi avariada por uma grande embarcação, mas ao ser recuperada perdeu sua característica original, tornando-se fixa sobre pilares de concreto. Nas proximidades desta ponte, além de outras menores. Todo este conjunto flutuante, assim como os prédios onde funcionava a administração do porto, foi tombado como patrimônio histórico nacional.

Fontes:
MESQUITA, Otoni. Manaus – História e Arquitetura (1852 – 1910). Editora Valer. 3º Edição.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

A LENDA DO SINO DE NATAL

OTTO GUSTAVO


Velha lenda interessante
Diz que havia uma capela
Num lugar muito distante
Quem passasse ali por ela
E olhasse pela janela
Veria dependurado
Velho sino enferrujado
Sem cordas para tocar

Pois diz esta velha lenda
Que este sino tocaria
Dia e noite, noite e dia
Se alguém trouxesse uma prenda
Um presente original
Que muito agradasse a Deus
Como oferta de Natal

Ao redor do velho templo
O bosque se comprimia
As árvores, por exemplo,
Debruçavam-se para o centro
Lançando seus galhos dentro
Da capelinha vazia

E à capelinha
De manhãzinha
O povo vinha
Cada Natal
Todos os anos
Com finos panos
Com prata e ouro
Cada tesouro sensacional

E o velho sino enferrujado
No seu lugar dependurado
Nem sequer dava sinal

Mas eis que uma certa feita
O povo todo falava
Que pessoas de alta seita
Cada qual se aproximava
Com dádiva mais perfeita!
Nem, bem correra a notícia
Ali chegava a milícia
Vieram mesmo de fato
Um rei, um comerciante
E um sábio literato
De um país muito distante

Silêncio...

Descendo da carruagem
Com toda sua equipagem
Põe-se o rei a caminhar
E ainda que a alma lhe doa
Coloca a sua coroa
Ante o tosco e velho altar
Mas...para ingente surpresa
Apesar da realeza
O sino não quis tocar

Decorrido breve instante
Veio o astuto comerciante
Com perfumes suavíssimos
Com panos belos, riquíssimos
E todo o tesouro seu
E vendo o que se passava
Todo o povo murmurava
Mas o sino não bateu

Então o sábio fecundo
Caminhando devagar
Aproximou-se do altar
E alto e firme falou:
Eu trago a sabedoria
A prenda de mais valia
Que o homem já conquistou
Mas, para espanto geral,
Escoava-se o Natal
E o sino nem o notou

Que desengano!
Eis mais um ano para esperar
O sol ardente, lá no poente,
Já quer baixar

Porém, em dado momento,
Avançou a passo lento
Um homem da multidão
E, ante o povo boquiaberto,
Adentrou o templo certo
Ajoelhando-se ao chão
“Senhor, não tenho coroa
Nenhuma oferta boa
Não sou sábio, nada não
Mas o que eu trago Senhor,
É tudo, é o meu amor
É meu próprio coração!”
O povo se estremeceu!
E pelo imenso da floresta
Ressoando em tom de festa
O velho sino bateu!

            F I M

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

OS SERES HUMANOS E OS DINOSSAUROS (...e demais bichos)


CRÔNICA DE:  Sérgio Aparecido Dias
(...e de quem mais poderia ser?)


Um pesquisador chamado Adauto levantou a “tese” da contemporaneidade dos seres humanos com os dinossauros, e publicou na Internet. Pois bem, do alto da minha estatura (1 metro e 68 centímetros), resolví encher-lhe o saco...


Dinossauros, mastodontes, tigres-dente-de-sabre, baleias assassinas, peixe-boi, sereias, negros d'água, mãe da lua, lambaris, sardinhas, como é que eu posso saber? E depois, isso não me interessa nenhum pouco e nada tem a ver com as doutrinas bíblicas! E esse Adauto também não sabe, e nenhum cientista também sabe coisa alguma! Eles enchem a gente de teorias, inventam eras remotíssimas, afirmam que tal achado "arqueológico" tem milhares ou milhões de anos e acham que somos obrigados a engolir! Pois eles que engulam, afinal, foram eles que cozinharam esse caldo indigesto, essa sopa de idades primária, secundária, terciária, quaternária, "parafernália"! As eras mesozóicas, "perestróika", "pororóica", e por aí vamos e venhamos! Pois fiquemos cá mesmo, em nossa realidade, e deixemos o estudo do tempo com os arqueólogos sérios, que desencavam cidades antigas e ruínas históricas e nos desvendam a história dos povos antigos, encontrando documentos comprobatórios de sua existência real.

Tá certo que eles também costumam "esticar" o tempo dos acontecimentos, mas pelo menos ficam por aí, dentro de aceitáveis 10.000 anos. Eu tenho bem menos que isso...

Quanto às "descobertas" do "homem de Neandertal", homo-eréticus (qual teria sido a sua heresia?), brincadeirinha!!! Na verdade, é “homo-erectus”, “homo sapiens” e tantos outros "homos" (mas a maioria hetero, com certeza!). Já se sabe que alguns desses fósseis bem podem ter sido, na verdade, restos mortais de macacos comuns (comuns para aquela época, é claro!). E tudo isso pra tentar combater a tese do criacionismo bíblico! Porém, esses "cientistas" envelhecem, morrem e apodrecem em seus túmulos, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre! 


Não sei por que cargas d'água o Adauto está levantando essa bandeira da convivência humana com os dinossauros, porque, segundo eles (segundo os cientistas, não os dinossauros!), uma catastrófica hecatombe mandou os dinossauros pras cucuias a milhões de anos atrás. E os dinossauros foram extintos. Nesse caso, o homem também foi extinto!!! Então, o que é que eu estou fazendo aqui, meu Deus do céu?!? Sou um fantasma arqueológico, perdido na imensidão das eras geológicas, pensando estar usando uma invenção chamada "computador", quando,na verdade, devo estar martelando ossos de tiranossauros e dentes de brontossauros, materializados por fluídos plasmáticos! Credo!!! Vou desligar essa coisa e me escafeder pelo infinito! Fuiiiiiii!!!!


F I M (não sei por que, mas sempre se coloca isso nos finais!)

A CARTA DO CACIQUE SEATLE - Uma séria reflexão para nós

A Carta do Cacique Seattle, em 1855
  
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz já 144 anos. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. Eis A carta:


      "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra.  O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem. Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

     Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele, um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
      Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos.  Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho.
        O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro. Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens.
    
Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra. Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono dele, da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos.
      Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.  Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos, temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos.
Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

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