sábado, 3 de abril de 2010




Filosofia Asinina 
(ou seria jumentice cavalar?

CRÔNICA DE:  Sérgio Aparecido Dias

              (...e de quem mais poderia ser?)



            É o que eu sempre digo: ou morro de raiva ou me matam do mesmo mal! Falam tanta besteira, destilam tanta barbaridade diante das câmeras de televisão, que me fazem cair de pau em cima deles! E depois sempre tem algum babaca, puxa-saco dos poderosos, que fica me torrando a paciência e dizendo que estou com mania de perseguição.  Mania de perseguição uma pinóia, viu, seu piolhento de uma figa?! Vejam só (ou escutem só) se eu tenho ou não tenho razão de ficar pinel da vida com esses caras: um assessor da Prefeitura Municipal de São Paulo(não digo o nome nem debaixo de tortura!!!), foi pressionado a dar uma declaração a um repórter do Jornal da Record, no dia 22/05/2002. O distinto assessor havia feito uma tremenda cag....,digo, um grande desvio administrativo, e foi questionado pelo repórter sobre o erro cometido.  Com a cara mais lambida deste mundo, ele olhou bem para as câmeras (dava até para notar o brilho de óleo de peroba na sua cara de pau), e teve a coragem de disparar a seguinte pérola de besteirol:

 - “Não foi erro; foi um ato doloso de livre consciência!” -  

            Foi um desastre total! Estouraram todas as reservas de sanidade mental que eu mantinha justamente para essas ocasiões e decidi arrebentar o meu aparelho de televisão. Mas não consegui nem sequer me levantar da cadeira, pois, nesse momento, o Tico, o Teco e os 3 Patetas (meus cinco neurônios) entraram em colapso e acabei desmaiando. Quando acordei, o jornalista esportivo estava comentando um golaço do Flamengo (o segundo gol, por sinal!) em cima do Vasco, o que serviu para me distrair e aliviar a tensão. Mas olha minha gente, agüentar esse tipo de asneira não é fácil não!  E muito menos para mim, que, nas aulas de Português e Literatura, tirava as melhores notas.  Lembro-me que a minha professora (de maravilhosos olhos azuis e lábios carnudos) tinha muito orgulho de mim, e sempre me usava como referência para os outros alunos da classe.

            Com o tempo (e bota tempo nisso...) muitas regras de sintaxe, morfologia e concordâncias eu acabei esquecendo, mas é como andar de bicicleta: na prática e no uso diário dá  pra tirar de letra e até esnobar, especialmente com essa moçada de hoje, que não gosta de ler e nem de pesquisar.  De vez em quando a gente até deita e rola na gozação com certos integrantes do mundo acadêmico de hoje, portadores de um linguajar paupérrimo e de uma miserabilidade semântica, que beira as raias do colapso cultural. E dá-lhe gerundiadas...e dá-lhe gírias estúpidas e idiotas...e toma-lhe doses elevadas de besteirol pelo pé do ouvido adentro!!! Veja abaixo alguns exemplos desses purgantes:

“Em que POSSO ESTAR ajudando?...” “Isso é o ELO DE LIGAÇÃO...” “É um PREVILÉGIO”
“Este ano vou ENTRAR DENTRO da Universidade...” “Eu, ENQUANTO SER HUMANO...”
“A ação não oferece RISCO DE VIDA...” “Internado por MOTIVOS DE SAÚDE..”
“Os alunos universitários precisam de mais PEDAGOGIA...”
 “O Flamengo NÃO É hexacampeão...”, e outras asneiras semelhantes!

Chamo tudo isso de Filosofia Asinina, desde já pedindo perdão aos asnos e burros pela injusta comparação.  Afinal, eles não merecem essa desonra! Mas já se tornou normal chamarmos os erros cometidos pelos seres humanos, de “burrice” e “asneira”. Fazer o quê, não é? Sobrou para os pobres muares, apesar de que certas pessoas se comportam como verdadeiras cavalgaduras!

Mas também...pudera!!! O jovem estudante universitário adentra a sala de aula, cheio de esperança, na expectativa de aprender e ser ensinado.  Mas assim que o “professor” joga a bagana de cigarro no pátio da escola e faz a sua entrada triunfal, mal cumprimenta os alunos, balbucia a chamada, olha empertigado para a turma e solta o “ensino”:

- “Muito bem pessoal, abram o livro “Análise Geral de Termos Acadianos”, no capítulo correspondente às “Generalizações Semânticas Pertinentes na Civilização Européia”.
- “Ué, professor...a gente não temos esse livro não!!!”

- “É mesmo....eu me esqueci que não tem essa obra em Português! Mas não tem problema não, minha gente! Vão lá na Internet, pesquisem no Google, depois dêem Ctrl + V, Ctrl + C.

- “Não seria Ctrl + C, Ctrl + V, professor?!”

- “Sim, exatamente isso, obrigado pela correção! Depois de fazer o “download” da matéria, vocês façam um resumo e apresentem na próxima semana, ok?”

Depois da bela porcaria de “ensino”, o professor deita falação a respeito de seus dotes acadêmicos, reclama do injusto salário que recebe, fala de política, esportes, comenta as últimas notícias, coloca as carteiras em círculo e promove um “debate” a respeito dos rumos da política nacional. Enfim: os ingredientes indispensáveis para “encher lingüiça”, para passar o tempo e encerrar o seu período de “aulas”.   E é por isso, minha gente, que, entre outras barbaridades, estão retirando os acentos tônicos da maioria das palavras e pensam em banir das escolas a redação, os resumos de livros e as dissertações. É o fim da picada, uma autêntica regressão aos barbarismos e às linguagens monossilábicas e guturais. O que, aliás, já é comum de se ouvir entre os “universitários”:

“Falôôô!!!”  “Qualé?”  “Pirôôô!”  “Tá manêêêro!”  “Papo cabeça!!!”  “Pagô pau!”  “Isso aíííí!”

Ahhhh...que saudade dos velhos bons tempos, em que tínhamos o Curso Primário de 4 anos, seguido por 1 ano de admissão ao Ginásio! Depois, mais 4 anos do Ginasial e 3 do Colegial. Além disso, a nota mínima era 7. Os pais eram chamados perante a Diretoria, se os filhos tirassem notas abaixo de 6, ou se tinham muitas faltas. Alguns ficavam na chamada “segunda época”, caso não conseguissem a média. Mas eram casos raros, com justificativas comprovadas e de acordo com um conselho de professores. A maioria tinha mesmo que repetir o ano, não tinha choro e nem vela, nem padrinho e nem madrinha que dessem jeito. Hoje está uma verdadeira bandalheira, qualquer idiota passa de ano e chega a ser “doutor”, nem que seja “na marra”.

Quanto a mim, vou de desmaio em desmaio a cada “palestra” que assisto, na base do: “é com alegria que tenho o previlégio...”; “quem vai estar ajudando...”; “será que posso estar contribuindo...” e outras aberrações semelhantes.  Não sei se foi o Jean Pianget que deu início a este festival de cavalgaduras com aquela droga de sistema, ou se foi outro. Por mim que se danem os dois, pois, ao invés de contribuírem com o progresso do ensino, antes desestabilizaram todo um sistema de aprendizado que formava líderes capazes, enriquecia o saber e promovia a cultura. 

Finalizando, pergunto: será que esses “orientadores” de hoje não desejariam estar indo pro raio que os parta, montados nessa droga de “Nova Ortografia”?


            


            

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