terça-feira, 22 de setembro de 2009

A LENDA DO SINO DE NATAL

OTTO GUSTAVO


Velha lenda interessante
Diz que havia uma capela
Num lugar muito distante
Quem passasse ali por ela
E olhasse pela janela
Veria dependurado
Velho sino enferrujado
Sem cordas para tocar

Pois diz esta velha lenda
Que este sino tocaria
Dia e noite, noite e dia
Se alguém trouxesse uma prenda
Um presente original
Que muito agradasse a Deus
Como oferta de Natal

Ao redor do velho templo
O bosque se comprimia
As árvores, por exemplo,
Debruçavam-se para o centro
Lançando seus galhos dentro
Da capelinha vazia

E à capelinha
De manhãzinha
O povo vinha
Cada Natal
Todos os anos
Com finos panos
Com prata e ouro
Cada tesouro sensacional

E o velho sino enferrujado
No seu lugar dependurado
Nem sequer dava sinal

Mas eis que uma certa feita
O povo todo falava
Que pessoas de alta seita
Cada qual se aproximava
Com dádiva mais perfeita!
Nem, bem correra a notícia
Ali chegava a milícia
Vieram mesmo de fato
Um rei, um comerciante
E um sábio literato
De um país muito distante

Silêncio...

Descendo da carruagem
Com toda sua equipagem
Põe-se o rei a caminhar
E ainda que a alma lhe doa
Coloca a sua coroa
Ante o tosco e velho altar
Mas...para ingente surpresa
Apesar da realeza
O sino não quis tocar

Decorrido breve instante
Veio o astuto comerciante
Com perfumes suavíssimos
Com panos belos, riquíssimos
E todo o tesouro seu
E vendo o que se passava
Todo o povo murmurava
Mas o sino não bateu

Então o sábio fecundo
Caminhando devagar
Aproximou-se do altar
E alto e firme falou:
Eu trago a sabedoria
A prenda de mais valia
Que o homem já conquistou
Mas, para espanto geral,
Escoava-se o Natal
E o sino nem o notou

Que desengano!
Eis mais um ano para esperar
O sol ardente, lá no poente,
Já quer baixar

Porém, em dado momento,
Avançou a passo lento
Um homem da multidão
E, ante o povo boquiaberto,
Adentrou o templo certo
Ajoelhando-se ao chão
“Senhor, não tenho coroa
Nenhuma oferta boa
Não sou sábio, nada não
Mas o que eu trago Senhor,
É tudo, é o meu amor
É meu próprio coração!”
O povo se estremeceu!
E pelo imenso da floresta
Ressoando em tom de festa
O velho sino bateu!

            F I M

Um comentário:

  1. Essa poesia,que também é uma peça de Natal, foi por mim ,muitas vezes interpretada na Primeira I.E.Congregacional em Teresopolis, a minha Igreja amada.
    Que falta me faz este tempo.
    Ma\taram nossas poesias.

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